Em 2009 a Associação Brasileira de Etnomusicologia realizou o I Encontro Regional da ABET Sul na cidade de Pelotas, após 15 anos desde o primeiro encontro muitas transformações sociais, políticas e culturais aconteceram em nossa sociedade e no mundo, entre elas o avanço da extrema direita e o ataque as instituições democráticas no Brasil. Além disso, o crescimento do ódio às religiões de matriz africana e o avanço do racismo, combinado com mudanças aceleradas pelo desmatamento, secas, desastres ambientais e enchentes frequentes nos colocam a questão de qual o nosso papel em momento como esses. Uma prova disso, foram as enchentes no Rio Grande do Sul em maio de 2024 que destruíram casas, alagaram plantações, desabrigaram, desalojaram e atingiram direta e indiretamente milhares de pessoas. Por essa razão nossa comunidade abetiana do sul e também do Brasil é convidada à discutir, elaborar, planejar e desenvolver ações que fortaleçam o histórico da etnomusicologia brasileira em seu ativismo e engajamento social e político a favor da justiça social trazendo para o centro do debate a experiência advinda da catástrofe ambiental que assolou o Rio Grande do Sul. Teremos como temas a emergência do racismo ambiental, as mudanças climáticas e as transformações socioambientais atravessadas por questões sonoras e musicais. Contamos com nossa comunidade neste evento que será em formato híbrido. Sua participação será importantíssima para pensarmos o presente e o futuro da etnomusicologia no país diante de previsões tão aterrorizantes sobre as mudanças climáticas e seus efeitos. Pretendemos levar as discussões do II Encontro Regional da ABET Sul para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP-30, entre os dia 10 e 21 de novembro de 2025 na cidade de Belém. Por isso, participe de onde você estiver em nosso evento regional que visa acolher contribuições de todo o Brasil e do mundo na construção de diretrizes, orientações, propostas e planos que contemplem as preocupações com os saberes tradicionais e com as comunidade negras, quilombolas, periféricas e indígenas que são, na maioria das  vezes, as mais afetadas. Aguarmos vocês em nosso evento.

Pedro Fernando Acosta da Rosa

Presidente da ABET